segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Petipá

Foto: mushroom, night, originally uploaded by monitorpop

Petipá correu a abrigar-se debaixo do cogumelo. Os aspersores tinham acabado de pôr-se em marcha e não queria ficar encharcado.
A relva fazia-lhe cócegas no nariz, obrigando a fisionomia de Petipá a contorcer-se em hilariantes caretas.
Passados dez minutos, quando os aspersores recolheram ao seu esconderijo subterrâneo, Petipá deixou o providencial abrigo e continuou o seu caminho por entre as verdes ondas, procurando pôr o apêndice nasal a salvo dos travessos dedos da relva.
Foi parando aqui e ali para colher margaridas, até já não ter braços que chegassem para tantas. Aí, deu-se por satisfeito e regressou ao nobre carvalho, onde as ervas dissimulavam uma pequena entrada para o interior concêntrico em que instalara a sua morada.
Minúsculo pé ante minúsculo pé, aproximou-se do leito onde dormia ainda Petipiê. Atapetou o chão com as margaridas e sentou-se à espera de ver os pés nus de Petipiê sobre as corolas das flores.
Petipá era um homem quase microscópico com um coração gigantesco.

8 comentários:

Anónimo disse...

Petipé ante petipé! :D

Anónimo disse...

Já te disse que gostei mesmo da palavra "petipá"?
Mesmo mesmo!
:D

Anónimo disse...

Hoje cresci!
Cresci seguramente porque estava sentado.
Incapaz de cair.
Mas tive que me levantar,
e levantei-me.
Levantei-me assim
acima do chão,
porque sim.
E porque não?

Anónimo disse...

E o amanhã?
Quando virá?
Estará cá ainda hoje?
Ou chegará mais tarde,
ainda que atrasado?

Demorado,
esquecido,
tonto e amargurado.

Anónimo disse...

Tulipa,
Eu limpo!

maria pragana disse...

Já te disse que gosto mesmo que passes pelos meus blogues? Mesmo mesmo! :)

Anónimo disse...

eu tb me ri com essa parte, gajomailindo.

Anónimo disse...

nenhumgajo já não mora aqui...