A pouco e pouco, à medida que ia aprendendo os passos da dança de Helena, Gaspar avançava mais por entre as espigas.
Um dia em que Helena abriu os olhos enquanto rodava, viu, intermitentemente, um homem vestido a rigor, já demasiado próximo para poder ignorá-lo. Ali, no meio dos campos, Gaspar secundou todos os movimentos de Helena, substituindo pincéis pela matéria do seu corpo.
As danças sucederam-se, com coreografias vindas de tempos imemoriais, que ambos recriavam à medida dos desejos dos seus corpos.
Muito mais tarde, o pas-de-deux tinha corpo, cabelos cor de trigo e nome nascido do vento: Hélia, filha dos campos de espigas.
2 comentários:
gosto da forma como coses estas imagens e as abres como janelas. começo a habituar-me a vir cá espreitar esta dança : )
As palavras brilham mais quando há olhos que as leiam.
Obrigada. :)
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