domingo, 25 de março de 2007

(As coisas que se escrevem a altas horas da madrugada)

Num reino mesmo aqui ao lado, onde o rei se sentava no trono e quem governava era outro, vivia uma princesa velha, gorda e feia. Apesar de ser muito velha, feia e gorda, a princesa tinha uma coisa boa - não era especialmente inteligente e era incapaz de manter uma conversa.
Como sempre ouvira dizer que as princesas devem ser casadoiras, também esta tratou de encontrar marido. O seu pai, ciente das características da filha, aconselhou-lhe um golpe de marketing: ao príncipe que passasse uma noite com ela, deveria oferecer uma segunda noite grátis.
Persuadidos pela oferta, não tardaram em surgir príncipes dispostos a experimentar os lençóis da herdeira do trono, no sentido literal, já que o trono era tudo quanto o rei possuia. Deitavam-se ao lado da princesa, concentrados no sangue que lhe corria nas veias, como forma de esquecer-lhe o corpo, mas depois que a tocavam, não ficavam.
E assim foram desfilando pelo leito principesco todos os pretendentes de que havia notícia, mas todos, sem excepção, sucumbiam ao tocar o corpo da real criatura. Até que um dia veio um príncipe que não se arrepiou com o contacto da princesa muito velha, feia e gorda. Permaneceu nos seus lençóis, depois de cumpridos os rituais acasalatórios, toda a noite. E, no dia seguinte, também não ficou.

2 comentários:

baldanderzo disse...

Define velha. ;)

maria pragana disse...

Velha? Hummm... que já não é "tronchuda"! Hehehe

(Isto, por estes lados, anda muito desinspirado. E não há transpiração que me safe.)