segunda-feira, 9 de abril de 2007

- Anda Tó, anda!
O Tó avançava menos do que o que recuava. Podia perceber os preparativos em volta: tábuas corridas a servir de mesas, broas a cozer no forno, malgas dispostas em fila, prontas para receber o vinho, queijos de intenso odor, tudo isto num vaivém de saias, que às mulheres é que tocavam estas tarefas. Os homens dispunham-se a outras actividades, nas quais o Tó preferiria não ter participação.
- Vá que se faz tarde!
O Tó não se ralava nada em atrasar os planos, cada minuto conseguido era-lhe precioso. Mas quando os homens uniram forças, agarrando-o pelo pescoço, pelo corpo, pelos membros, enfim, onde calhava, ele compreendeu que já não poderia adiar mais o momento a que com todas as suas forças se esquivara. Chegado a onde os outros o queriam, já só teve tempo de ver, erguido no ar, o cutelo fatal. Ia haver chouriça!

Sem comentários: