sábado, 11 de outubro de 2008

Maçãs de Junho



Era Junho e vou imaginar maçãs, mesmo adiantando a época. Seriam vermelhas, de travo doce e ácido. Eu estenderia o braço e seria curto o percurso da árvore à boca. E haveria o sol, atirado de folha em folha, numa gama de verdes e amarelos. Zumbiriam as moscas, a relva seria tenra e o céu quase que pequeno para tanto azul.
Claro que também poderia falar do mar - lembro-me de uma noite em que havia o mar - abafando risos com o rebentar das ondas. Aí, o sol bateria em pleno sobre a pele amorenando-se, aturdindo os corpos que ansiariam por banhar-se no mar. Tu sabes que seria gelado, mas isso não descomporia o retrato.
Mas seria sempre, como foi, Junho, e amar-nos-íamos.

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