quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Vinha

Vinha todos os dias por este caminho, com dedos como bagas, beijo à mãe, beijo ao pai, e seguia para a escola a aprender as coisas do mundo.
Custavam a entrar essas coisas escolares, de tanto verde que crescia das raízes do cabelo para dentro.
Até que um dia em que trovejava (porque as nuvens carregadas de água chocavam faiscantemente) um relâmpago (mais rápido que o som) cortou um tronco ao meio (ficaram ramos, folhas glabras em fotossíntese) e a botânica se lhe entranhou no crânio por obra da física.


(Texto nascido num vinhedo do Flickr)

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