domingo, 22 de junho de 2008

Visão doméstica

Ela ali estava, casaco de malha pelos ombros, pés acomodados em pantufas, olhar com a distância dos prédios em frente. O seu horizonte é rectangular, todo em tijolo e betão, com estrelas de plástico segurando as roupas que pendem das cordas.
Agora que é noite, pôde virar as costas à cozinha, cuja luz lhe alumiava o descanso. Ali, desde a sua cadeira de lona ao fresco da noite de Junho, ela esperava. Esperava que ao esbranquiçar-se o cabelo, já não tardasse a morte.

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