A culpa era dela, ela nas várias idades. Dos seios dela, que se amontoavam sobre as costelas, das ancas dela, que se arredondavam, da sua condição de "cortada ao meio".
Aquele corte... era preciso que fosse rasgado, numa empreitada. Mas que não sentisse prazer. O prazer era uma coisa obscena.
O gozar do corpo dela, isso era uma coisa justa, pois que estava ali. E ele podia tomá-lo.
Encavalitava-se na cama para pegar no cão, sem o mínimo cuidado em ocultar as coxas, o rabo por cima delas, as costas por onde seguia a sua fisicalidade. Essa desocultação tinha de ser punida, punida e aproveitada.
Ele trataria disso. Tinha tudo o que era preciso. Tinha, inclusive, a consciência a jeito para limpar-se no fim.
Seguia, sem escrúpulos, os seus desígnios coxas adentro, garganta abaixo. Ela que engolisse, ela que o engolisse. Nada mais apropriado para uma boca do que dentes de leite.
Ah, a nívea oblação sobre o altar tenro daquele corpo! A viril oferenda ao deus decrépito que com certeza venerava!
Estupor!
Estupro!
Olhando para trás, a culpa era toda dela, ela nas várias pequenas idades.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
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